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Famílias da Economia Social concordam com criação de entidade reguladora independente para fiscalizar Acordos de Cooperação

28 Janeiro, 2019

Os representantes das principais famílias da Economia Social estão de acordo quanto à necessidade de uma entidade reguladora externa que assegure a independência da fiscalização dos Acordos de Cooperação celebrados entre o Estado e as instituições sociais.

A proposta de criação de uma entidade reguladora independente partiu de Marco António Costa, deputado social-democrata e ex-secretário de Estado da Segurança Social, no decurso de uma conferência sobre o financiamento e a sustentabilidade da Economia Social, promovida pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, esta segunda-feira, 14 de janeiro, na Misericórdia do Porto.

Luís Alberto Silva, Presidente do Conselho de Administração da União das Mutualidades Portuguesas; Lino Maia, Presidente da CNIS; Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias e Rogério Cação, responsável máximo da Confederação das Cooperativas; que participaram na Conferência, manifestaram o seu apoio à proposta, por entre críticas à fiscalização que a Segurança Social exerce sobre as instituições sociais. No entendimento destas organizações de cúpula, é desejável que o seu trabalho seja monitorizado, mas não fará sentido que uma das partes que coopera seja simultaneamente a entidade que fiscaliza.

A sustentabilidade é uma das principais preocupações das instituições sociais que, entre os Acordos de Cooperação e as comparticipações dos seus utentes, têm cerca de 22 por cento dos seus orçamentos a descoberto, razão pela qual mais de 40 por cento delas apresentam resultados negativos.

Nesse contexto, Luís Alberto Silva reiterou que o Código das Associações Mutualistas em vigor desde setembro último não correspondeu às pretensões das Mutualidades, reduzindo o leque das atividades meramente instrumentais que podem prosseguir, tendo em vista a sua autossustentabilidade. Referiu-se ainda aos muitos constrangimentos que estas organizações enfrentam na abertura de novas farmácias sociais.

Com a negociação do Compromisso de Cooperação para o biénio 2019/2020 à porta, as entidades da Economia Social consideram imperioso que o valor das comparticipações estatais acompanhem os aumentos do salário mínimo, as progressões das carreiras profissionais e a atualização dos preços de bens e serviços essenciais.

 

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